sexta-feira, 12 de junho de 2009



Ontem uma moça amiga de uns conhecidos meus faleceu. Tinha 6 meses de casada, jovem e morreu de parada respiratória. Muito triste pensar que ela não poderá viver e realizar muitos dos sonhos que ela tinha. Deveria ser proíbido morrer antes de esgotar as possibilidades de VIVER. Um destes meu conhecidos que conhecia esta moça, me mandou este texto que expressa bem este sentimento que com certeza está em muitos corações neste momento.

Assisti a algumas imagens do velório do Bussunda, quando os colegas do Casseta & Planeta deram seus depoimentos.
Parecia que a qualquer instante iria estourar uma piada.
Estava tudo sério demais, faltava a esculhambação, a zombaria, a desestruturação da cena.
Mas nada acontecia ali de risível, era só dor e perplexidade, que é mesmo o que e causa em todos os que ficam.
A verdade é que não havia nada a acrescentar no roteiro: a morte, por si só, é uma piada pronta.
Morrer é ridículo.
Você combinou de jantar com a namorada,está em pleno tratamento dentário, tem planos pra semana que vem, precisa autenticar um documento em cartório, colocar gasolina no carro e no meio da tarde morre.
Como assim?
E os e-mails que você ainda não abriu, o livro que ficou pela metade, o telefonema que você prometeu dar à tardinha para um cliente?
Não sei de onde tiraram esta idéia: morrer.
A troco do que?
Você passou mais de 10 anos da sua vida dentro de um colégio estudando fórmulas químicas que não serviriam pra nada, mas se manteve lá, fez as provas, foi em frente.
Praticou muita educação física, quase perdeu o fôlego, mas não desistiu.
Passou madrugadas sem dormir para estudar pro vestibular mesmo sem ter certeza do que gostaria de fazer da vida, cheio de dúvidas quanto à profissão escolhida, mas era hora de decidir, então decidiu, e mais uma vez foi em frente...
De uma hora pra outra, tudo isso termina numa colisão na freeway, numa artéria entupida, num disparo feito por um delinqüente que gostou do seu tênis.
Qual é?
Morrer é um chiste.
Obriga você a sair no melhor da festa sem se despedir de ninguém, sem ter dançado com a garota mais linda, sem ter tido tempo de ouvir outra vez sua música preferida.
Você deixou em casa suas camisas penduradas nos cabides, sua toalha úmida no varal, e penduradas também algumas contas.
Os outros vão ser obrigados a arrumar suas tralhas, a mexer nas suas gavetas, a apagar as pistas que você deixou durante uma vida inteira.
Logo você, que sempre dizia: das minhas coisas cuido eu. Que pegadinha macabra: você sai sem tomar café e talvez não almoce, caminha por uma rua e talvez não chegue na próxima esquina, começa a falar e talvez não conclua o que pretende dizer. Não faz exames médicos, fuma dois maços por dia, bebe de tudo, curte costelas gordas , mulheres e morre num sábado de manhã.
Se faz check-up regulares e não tem vícios, morre do mesmo jeito.
Isso é para ser levado a sério?
Tendo mais de cem anos de idade, vá lá, o sono eterno pode ser bem-vindo.
Já não há mesmo muito a fazer, o corpo não acompanha a mente, e a mente também já rateia, sem falar que há quase nada guardado nas gavetas.
Ok...
Hora de descansar em paz.
Mas antes de viver tudo, antes de viver até a rapa? Não se faz. Morrer cedo é uma transgressão, desfaz a ordem natural das coisas.
Morrer é um exagero.
E, como se sabe, o exagero é a matéria-prima das piadas.
Só que esta não tem graça.
Por isso viva tudo que há para viver.
Não se apegue as coisas pequenas e inúteis da Vida...
Perdoe....sempre!!
Perdoe....sempre!!
Perdoe....sempre!!


(Pedro Bial)

sábado, 9 de maio de 2009


Dia das mães - uma data comercial claro! Mas um dos dias que mais merecem comemoração. Não sei a mãe de vocês, mas a minha mãe é a mulher mais guerreira e vencedora que eu conheço. Ela merece todos os presentes do mundo, mesmo que meu pai sempre tenha ensinado a gente que esta é uma data comercial. hauahauaauahauhaua... E esta é uma homenagem a ela e a todas as mulheres que são e ainda serão mães. PARABÉNS!!! FELIZ DIA DAS MÃES.


Mesmo que nunca tenha gerado um filho, mesmo que nunca venha a gerá-lo. Toda mulher é mãe, primeiro da boneca, mais tarde dos irmãos, casada é mãe do marido.

Sem filho, será mãe adotiva. Entregará a alguém os benefícios do seu amor, os sobrinhos, os filhos alheios. Uma causa justa.

Não basta somente um dia para consagrar às mães, porque o seu amor e o seu carinho foram, são e serão sempre intermináveis. É uma história que não tem começo nem fim, porque nossas mães nos sonharam muito antes de nossa existência uterina, nos amaram bem antes de ver as nossas faces - e nos pressentiram um futuro feliz quando ainda nem éramos presentes.

Não basta apenas um dia para agradecer tudo o que nossas mães fizeram por nós. Se raras são as palavras para traduzir todos os gestos e afetos que recebemos de nossas mães, generosas são as lembranças de sua sabedoria e ensinamentos.

Não basta um dia. O Dia das Mães é um dia para sempre. Porque as mães são infinitamente ternas. E sempre eternas.

A maternidade e irreprimível, como uma fonte de água que uma pedra obstrui, ela vai brotar adiante.

A maternidade não tem fronteira, não tem cor, não tem preferências.

E das poucas coisas que se bastam a si mesmas.

Tem sua própria devoção : a Esperança.

Tem sua própria ideologia : o Amor.

Autor desconhecido.

quinta-feira, 26 de março de 2009


Depois de muita correria, total falta de tempo de postar alguma coisa aqui, resolvi deixar apenas um pensamento, mas que diz muito sobre vários momentos da vida, da minha vida neste turbilhão de coisas a serem pensadas e decididas. Eu acrescentaria neste momento "Minha alma tem o peso da decisão".
"Minha alma tem o peso da luz. Tem o peso da música. Tem o peso da palavra nunca dita, prestes quem sabe a ser dita. Tem o peso de uma lembrança. Tem o peso de uma saudade. Tem o peso de um olhar. Pesa como pesa uma ausência. E a lágrima que não se chorou. Tem o imaterial peso da solidão no meio de outros." (Clarice Lispector)

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Este texto foi retirado do perfil do Orkut: "Silêncio do Tempo...". Um Perfil que, segundo a própria criadora diz, é para divulgar o trabalho da cantora e musicoterapeuta Karla Fioravante, do grupo Cantores de Deus. E este é mais um de seus textos divulgados neste perfil... É um texto que expressa todas as reflexões que estive fazendo com alguns amigos neste fim de semana. Pensávamos sobre como as pessoas atualmente tem medo de ser gente, de sentir, de viver e acabam se fechando num individualismo e solidão e por isso vemos com tanta freqüência pessoas depressivas, se suicidando, etc. Sobre isso só tenho um conselho e para expressá-lo utilizo as palavras do Pe. Fábio de Melo: "Deixa que a aventura de ser gente te envolva..." !!!!!!!



Muros ou Pontes?


Pedras se tornam muros!… E nós estamos sempre prontos pra defesa, armados!
Assim colocamos pedras entre as relações.
O medo de sofrer é tão presente, a decepção é algo tão terrível em nossa mente que acabamos por não viver certos momentos por medo da frustração.
Tudo hoje nos faz seres mais desconfiados… Até de nós mesmos!

Estamos enlouquecendo….(???)
Qual é a linha pontilhada entre a sanidade e a loucura?!
Por vez do lado de cá, por vezes do lado de lá! Afinal de que lado estamos?

Viramos seres virtuais, teclas de MSN, fotos de ORKUT, páginas de divulgação, sorrisos sem sorrir… Taxados, rotulados, estigmatizados… Aonde vai parar nossa ‘comunicação’?
Falando com secretárias eletrônicas onde se apertam funções…
1 para ser feliz, 2 para amar, 3 para encontrar a companhia ideal, 4, 5, 6...

Relações… Ser com, estar com, com-viver…
Ouvi alguém dizer: Melhor esses atendimentos eletrônicos, assim ninguém precisa ver,
nem falar com ninguém!
– Até onde isso é modernidade, e até onde é individualismo?

Hipocrisia seria também dizer que amamos o contato físico, principalmente daquelas pessoas mal humoradas que nos atendem sem ao menos olhar em nosso rosto, ou aquelas mais fúteis de lojas de marcas que dizem que as blusinhas básicas da nova coleção estão em promoção, R$ 200,00. (A expressão facial é a melhor)….Contrastes, relações…. Relações, contrastes… Um bom tema!

Por alguns dias, momentos… é preferível que nosso quarto continuasse escuro e o dia não amanhecesse… Ouvi certa vez a história da fidelidade… Onde se acreditavam em palavras.
Onde se presenciavam gestos! Mãos em mãos… cumplicidades!

Ternura… Não que seja a felicidade tal fato/ato, pois cada qual é feliz da maneira que consegue vislumbrar tal sensação… Não há regras!
O fato é… o que é viver? E por que dói tanto viver?…

Por que as pessoas que mais amamos uma hora vão embora de nossas vidas!
Isso é ciclo natural?! Ahh, a morte… TUDO morre?! Me responda? Tudo tem sua hora?
É… estamos enlouquecendo, desfragmentando nossos EGOS.
Nos tornando mortos vivos. Vivendo nossa morte!

Como se podia amar tanto por correspondência no passado?!
Arrisco crer que existe em cada um de nós um espaço nunca visitado, mas que tínhamos a capacidade de abrir para outrem. Agora, estamos cada dia mais fechados em nosso mundo e acredito que tantas vezes ficamos lá seguros.
Superficialidades! Reinventemos o ser humano…. ou nossas pedras se tornarão muros!

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009


"Uma última nota de sua narradora: Os seres humanos me assombram" (ZUSAK, 2007, p.478)


Terminei ontem de ler o livro "A menina que roubava livros", de Markus Zusak, publicado pela editora Intrínseca,em 2007. Este livro narra a história de uma menina chamada Liesel Meminger que vivia no período da 2ª Guerra Mundial, na Alemanha Nazista e como e porque ela se tornou "A menina que roubava livros".

Tudo no livro chama a atenção: a ambientalização, cenário histórico, o fato do narrador ser a "Morte", enredo, personagens. Porém, algo no tema e na história desta menina me tocaram profundamente: o papel que a palavra exerceu na vida dela.

As pessoas usam as palavras como se elas nada significassem em suas vidas, como se o que elas falam não fizesse diferença nenhuma na vida das pessoas. Entretanto, percebi, ainda mais com a história desta personagem - Liesel - o quanto as palavras podem e modificam nossas vidas.

Foi através das palavras que um homem, que aparentemente não se diferenciava em nada dos demais homens, conseguiu unir uma nação por algo que ELE acreditava e destruir a vida de milhões de pessoas, como aconteceu na Alemanha Nazista, onde uma população acreditou nas sandices de Hitler e viram o seu governo acabar com a vida de milhões de judeus e alemães também.

Quantas famílias e amigos, assim como os de Liesel, morreram por causa das palavras de uma mente insana, preconceituosa e intolerante? E mais triste ainda perceber que isso ultrapassa a ficção! Perceber que isso foi e é uma realidade na vida de muitas crianças. Quantas crianças devem estar assistindo sua família e seus amigos morrerem na Faixa de Gaza, nas favelas do Brasil?!

E muito disso causado por palavras, discursos que levam as pessoas a acreditarem naquilo como verdade absoluta, sem pensar que aquelas pessoas que estão morrendo são tão humanas quantos elas. É a palavra sendo um mal na vida do homem!!!

Espero que assim como foi para Liesel, as palavras deixem de ser desgraça e passem a ser também esperança e que elas percebam que as palavras existem, mas quem decide como usá-las é o homem.